domingo, 14 de junho de 2009

Contra la discriminación de género.


em novembro de 2008 participei na convocatória "CONTRA LA DISCRIMINACIÓN DE GENERO", organizada pela Boek 861, com um poema visual da minha autoria e do qual havia perdido registo.

voltei a encontrá-lo, agora, online, na mostra organizada com todos os trabalhos enviados.

poderão consultar essa mostra seguindo este link. o "m@chismo", esse, segue abaixo.



bruno ministro dos santos
(portugal)


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Hiperficção.

a Hiperficção é uma forma literária/poética que se encaixa no fazer maior que é a ciberliteratura.

está inerente a este género de escrita um diálogo intersemiótico entre a literatura/poética e os novos meios digitais, concretizada através da exploração em parceria da linguagem textual e da linguagem hipertextual, isto é, do código html.

este género trabalha principalmente sobre o conceito de que o texto (todo o texto) é um labirinto onde se perde o/a leitor/a e cujos signos que o formam sempre remetem para universos paralelos criados labirinticamente na leitura de cada seu produtor/re-construtor.

há que dar especial ênfase a este seu carácter interactivo, isto porque o surgimento da hiperficção serve também como uma das formas de disrupção para com uma ainda passadista concepção do processo de escrita e, por contiguidade, dos processos de leitura e interpretação. deve ser sublinhado que o que este género traz verdadeiramente de novo a esse processo de leitura de que falamos é, a meu ver, um restabelecimento da "verdade" (ou das "verdades", múltiplas em suas variantes de falsidade) acerca do que é o texto, do que é a escrita do texto e do que é a interpretação do texto, bem como de um re-pensar do papel do autor e do leitor, por extensão à mudança de paradigma do conceito "texto". sublinha-se, além do mais, que aqui o conceito de "interpretação" não deve ser entendido como sinónimo de descodificação de uma matriz portadora de uma mensagem única e atingível, mas sim como amplo conceito que engloba todo e qualquer processo de construção de tangíveis leituras, múltiplas e tecidas por e segundo cada leitor/a.

se o projecto de poema hipertextual que eu e o luís belo concretizámos em "pestana de fogo: linfócito" vai neste preciso sentido prático-teórico, há que realçar que nunca foi por nós tido como estando ligado a um conceito completamente novo e nunca produzido, uma vez que a própria hiperficção é um género explorado faz já algumas décadas. não deixa contudo de ser, defendemos, uma obra pioneira se tivermos em conta as instituições convencionais em que ainda se movimenta (movimenta?) a poética "tradicional".

abaixo apresento, em intuito de troca interintelectual, alguns exemplos de projectos dianteiros nestas áreas. O nosso, como pioneiro que não deixa de ser, até porque tudo quando é feito (poesis) é sempre, concomitantemente, algo de novo e algo repetido. não obrigatoriamente algo repetitivo.

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victory garden
1995.
de stuart mouthrop

my body
1997.
de shelley jackson
http://www.altx.com/thebody/

reagan library
1999.
de stuart mouthrop

millennium buggery
2000.
de ernesto sarezale

contravórtice
2002.
de márcio-andré

triptych
2002.
de peter howard
http://www.cam.net.uk/home/aaa021/kettles/peter/triptych.htm

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sábado, 6 de junho de 2009

fragmento de ensaio que acaba de ser cortado do corpo desse mesmo ensaio, escrito com o sono já a bater de chapa.

"Que “todo o texto é político” isso já sabemos. Que a Po.Ex teve de “lutar contra uma tradição de lirismo sentimental, confessionalismo, preguiça, incultura, atraso, instalação e tudo o mais que traduzia o estado de decrepitude e estupidificação da sociedade onde se queria implantar”, surgindo “como uma verdadeira ameaça aos valores burgueses da cultura” também nos é fácil imaginar. O que eu pessoalmente não entendo é como se pode permanecer neste cinzentismo académico em que vivemos, tentando ignorar (ou ignorando de facto, por ignorantes que somos e que queremos continuar a ser para não ter trabalho que isso cansa muito e amanhã tenho que me levantar outra vez), dizia, tentando ignorar o que se fez com o texto, com o corpo do texto, o que o texto fez o seu corpo, o que o poema deu ao texto universal que é a literatura ainda com tantos caminhos para percorrer, ainda com tantas formas de correr esses caminhos. O problema é que está nas mãos do poder instituído o reconhecimento e até certo ponto (infelizmente muito forte) o próprio conhecimento desses caminhos. É que nem todos temos GPéSes. E às vezes o caminho esburacado dá-nos uma trabalheira danada para percorrer. E se bate o sol de chapa, queima os pés, porque às vezes vamos descalços. Outras, às apalpadelas. De quatro. O que pode ser uma escolha. Nem todas as imagens convencionais e/ou convencionadas têm que ser o que o discurso primeiro diz que elas são."

quinta-feira, 4 de junho de 2009



“pestana de fogo: linfócito” é um poema hipertextual que surge como produto de um projecto multidisciplinar concebido em regime colaborativo pelos artistas luis belo e bruno santos.

através da exploração de uma linguagem interdisciplinar e multimídia que se vai fundar nos alicerces da poesia experimental e do design e artes plásticas, “pestana de fogo: linfócito” pretende criar uma linguagem híbrida e fundacionalmente labiríntica, condizente, de resto, com aquilo que os autores defendem ser a natureza do próprio Texto (seja ele composto por signos linguísticos, por signos pictóricos ou pela matéria híbrida que aqui se pretende projectar).

a proposta deixada aos/às leitores/as (também eles/as em regime de colaboração para criação da obra “final”, através da interactividade exigida) é, então, a de construção do seu próprio cosmos poético através da escolha de caminhos a seguir no deambular pelo corpo do poema que se vai desdobrando, mediante a interacção com o leitor-criador, em múltiplos e sucessivos universos paralelos.

 

pelos artistas de ignição      

:     

luis belo     

bruno santos     


link directo para o poema sobre a imagem e também aqui.