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a materialidade não são bocas de seda
bate nas pedras
& as letras estão abertas
são crateras confusas na sala
a materialidade é obra é artesã é universal
& transversal & transgressão
a materialidade são palavras vincadas na noite
a materialidade porque
a pedra é só abertura
e só apertura
& há refluxo & reflexo do abismo
a materialidade
das coisas para as coisas das coisas
&
das coisas das coisas para as coisas-coisas das coisas-coisas nas coisas
& a materialidade está na frente do mar
como quem está
na frente de guerra dos palhaços
de flores esguichando água ao peito para as caras
o corpo é materialidade
da materialidade do corpo
a ouvir o toc
toc toc da chuva nas urtigas
sobre as urtigas:
ResponderEliminarsabe que traz bichos dentro da cabeça a alimentar memórias ou invenções destas, histórias felizes para contar mais tarde aos pássaros e aos peixes. acreditava nos pássaros que das migrações regressavam como partiram, o mesmo coração, as mesmas asas; acreditava nos peixes cegos do mundo. acreditava que a qualquer momento ele viria, de dentro das suas mãos para a levar. que todos os regressos se davam quando não esperamos, por isso lia. a propósito do amor deixou o musgo na humidade da boca, cresceram-lhe heras dentro, depois foram embondeiros que lhe nasceram no lugar do coração.
é bom descobrir palavras, estas tuas.
ResponderEliminarRoque Silveira