domingo, 31 de maio de 2009


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"desconfio que
se disser mar
em voz alta
o mar
entra
pela janela"


sábado, 30 de maio de 2009

europeias 2009

a cassete do partido

pouco renovador


ou o cacete do bloco partido

pouco renovador


partido pelo cacetete do nacionalista

pouco renovador

a laranja azeda do social democrata

pouco renovador

ou a rosa de espinhos do democrata socialista

pouco renovador

com mérito ou sem mérito jogam à sociedade

pouco renovador

jogam no chão jogam na terra

pouco renovador

o verde é a cor da esperança mas a esperança, Portugal, está verde

pouco renovador

os trabalhadores portugueses

todos os portugueses são portugueses

e todos os portugueses são trabalhadores

se os deixarem

a não ser as trabalhadoras portuguesas

que não estão contempladas no programa do partido

pouco renovador


e assim mesmo também o sol se p.o.u.s.

pouco renovador

a malta do partido popular monárquico tem bigode.


domingo, 24 de maio de 2009

das ArteserieS (Mandrágora + Fernando Aguiar)


ArteserieS - Faro 9 de Maio de 2009
A acção performativa de Mandrágora com: (Por ordem de entrada em cena) Gonçalo Mattos, M. Almeida e Sousa e Bruno Vilão.
A acção é de Gonçalo e Bruno, as vocalizações e som base de Manuel


ArteserieS - Faro 9 de Maio de 2009
Acções poéticas e poemas acçãode Fernando Aguiar

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links de interesse:
http://confrariadaalfarroba.blogspot.com/
http://ocontrariodotempo.blogspot.com
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sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Poesia Robótica" de SIU e Leonel Moura



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inaugurou hoje (dia 7/maio) a exposição "Poesia Robótica" de Leonel Moura que estará patente até dia 31/maio no Museu da Água de Coimbra (situado no Parque Manuel Braga).

a exposição é composta por trinta amostras de poemas da autoria de SIU, um poeta robot criado por Leonel Moura, artista simbiótico reconhecido internacionalmente pela sua arte metodologicamente tecnológica e de pertinente inovação.

o modo de operar de SIU está determinado para que, a partir de uma base de dados de signos linguísticos que previamente foram inscritos na sua memória, possa reproduzir esses mesmos signos de forma aleatória. este carácter aleatório dita não a escolha da palavra em si mas, sim, da palavra letra a letra. isto é, SIU não escreve palavras aleatoriamente; escreve, sim, letras aleatoriamente, sendo que, de cada vez que busca uma nova letra tem a restrição de procurar sempre uma letra cuja reprodução seja passível de ser efectuada naquela precisa sequência.

a possibilidade de um robot poder criar um poema por si mesmo surge, em pleno advento das tecnologias, como uma das possíveis concretizações de conceitos artísticos que já veiem sendo praticados desde o Dadaísmo, Letrismo, Surrealismo, entre outros, surgindo também como mais uma das provas do poder da linguagem enquanto texto para si e por si mesmo, preconizadas pelo Textualismo e pela L=A=N=G=U=A=G=E School.

não discutindo o carácter inovador intrincado à obra, fica no ar a seguinte pergunta (que tanto pode desmentir o carácter revolucionário da obra quanto pode reforçar ainda mais a importância o seu contributo para a sociedade):

            tendo em conta a já existência desde décadas de 90 da chamada literatura gerada por computador, em que determinado software oferece a possibilidade de criação de poemas muitos mais complexos linguisticamente, qual é o papel nesta "r/evolução" do SIU e da sua poética robótica, compreendendo como premissa primacial o carácter material que está por detrás dos seus textos, bem no cerne do processo criativo
?


[um dos poemas simbióticos da autoria de SIU // Leonel Moura]

há palavras acesas como naus catrineta

a partir de Mário Cesariny


há palavras acesas como barcos

barcos iluminados como         palavras

alta toxicidade flores para abrir a porta a

barcos iluminados como não há palavras

iluminados já que há palavras

 

iluminação, uma vez que existem barcospalavra

não há palavras como os barcos iluminados

não há palavras barcoiluminados

não há palavrasbarco iluminadas

não há palavras      iluminadas

    há palavras         minadas

não há palavras

 

há palavras acesas como barcos

que são

palavras

que acendem

            barcos

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Queima das Fitas de Coimbra é perfeita!


a já secular Queima das Fitas, um dos ditos mais importantes acontecimentos ditos académicos da cidade de Coimbra, veio-me hoje ao pensamento concebida como uma rara perfeição da natureza.

durante esta Queima das Fitas tive oportunidade para descansar (uma vez que não há aulas), para receber amigos e passar algum bom tempo com eles e também com os que já cá estão todo o ano (uma vez que não há aulas), para ler e preparar escrileituras (uma vez que não há aulas) para estudar sem grandes stresses (uma vez que as bibliotecas estão quase vazias) até para ir à secretaria (uma vez que as duas pessoas que lá trabalham não têm que atender cem pessoas antes de chegar a minha vez), para apanhar bom sol (uma vez que quando o sol nasce é para todos, mas quantos menos somos mais sol sobra para cada um- e dois terços da cidade estava ocupada a ressacar no interior das suas paredes)

para além do orgulho que cada um/a naturalmente sente por manter a sua integridade, há um mar de possibilidades em aberto que nos é trazido por não se pactuar com a parvoíce.

terça-feira, 5 de maio de 2009

In a manner of speaking (plurissignificância)





In a manner of speaking

In a manner of speaking I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing
In a manner of speaking I don't understand
How love in silence becomes reprimand
But the may I feel about you is beyond words
Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Oh give me the words
Give me the words
That tell me everything

In a manner of speaking Semantiks won't do
In this life that we live we only make do
And the way that we feel might have to be sacrificed

So in a manner of speaking
I just want to say
That like you I should find a way
To tell you everything
By saying nothing
Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Oh give me the words
Give me the words
Give me the words
Give me the words
Give me the words