sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Poesia Robótica" de SIU e Leonel Moura



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inaugurou hoje (dia 7/maio) a exposição "Poesia Robótica" de Leonel Moura que estará patente até dia 31/maio no Museu da Água de Coimbra (situado no Parque Manuel Braga).

a exposição é composta por trinta amostras de poemas da autoria de SIU, um poeta robot criado por Leonel Moura, artista simbiótico reconhecido internacionalmente pela sua arte metodologicamente tecnológica e de pertinente inovação.

o modo de operar de SIU está determinado para que, a partir de uma base de dados de signos linguísticos que previamente foram inscritos na sua memória, possa reproduzir esses mesmos signos de forma aleatória. este carácter aleatório dita não a escolha da palavra em si mas, sim, da palavra letra a letra. isto é, SIU não escreve palavras aleatoriamente; escreve, sim, letras aleatoriamente, sendo que, de cada vez que busca uma nova letra tem a restrição de procurar sempre uma letra cuja reprodução seja passível de ser efectuada naquela precisa sequência.

a possibilidade de um robot poder criar um poema por si mesmo surge, em pleno advento das tecnologias, como uma das possíveis concretizações de conceitos artísticos que já veiem sendo praticados desde o Dadaísmo, Letrismo, Surrealismo, entre outros, surgindo também como mais uma das provas do poder da linguagem enquanto texto para si e por si mesmo, preconizadas pelo Textualismo e pela L=A=N=G=U=A=G=E School.

não discutindo o carácter inovador intrincado à obra, fica no ar a seguinte pergunta (que tanto pode desmentir o carácter revolucionário da obra quanto pode reforçar ainda mais a importância o seu contributo para a sociedade):

            tendo em conta a já existência desde décadas de 90 da chamada literatura gerada por computador, em que determinado software oferece a possibilidade de criação de poemas muitos mais complexos linguisticamente, qual é o papel nesta "r/evolução" do SIU e da sua poética robótica, compreendendo como premissa primacial o carácter material que está por detrás dos seus textos, bem no cerne do processo criativo
?


[um dos poemas simbióticos da autoria de SIU // Leonel Moura]

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